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Ψolhos Pensantes

Meus pensamentos... Meus Ψolhos!

Click no link e desvende...

LUCUBRARE

"Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo... Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar."

"Sarah Westphal"


 



A Polícia Federal prendeu, nesta quarta-feira (1º), em flagrante, em Cataguases( MG), a comerciante Sayonara Aparecida dos Reis Fidélis, de 44 anos, que recebia pelos Correios. uma carga de anabolizantes.

Ao ser abordada, a comerciante portava uma caixa de papelão com duas substâncias: o Winstrol (esteróide androgênico intramuscular) e o Lipostabil (Fosfatidilcolina, uma enxima utilizada na quebra de células adiposas) .

Segundo o delegado da PF, Cláudio Nogueira, a encomenda foi postada no Estado do Paraná. As investigações apontam que os medicamentos vinham do Paraguai. Foram apreendidos 80 frascos de 300 ml do Winstrol, usado para aumentar a massa muscular, e 100 ampolas de Lipostabil, empregado para queimar gordura localizada. As mercadorias são avaliadas em R$3,2 mil e renderia o dobro no mercado negro.

Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/minas/mulher-que-recebia-anabolizantes-pelos-correios-e-presa-1.209915


Segundo informações do blog da jornalista Fabíola Reipert, o ator deu entrada na unidade do Albert Einstein, do bairro do Ibirapuera, em São Paulo, na madrugada desta segunda-feira, 6.

Ainda de acordo com o blog, Fabio Assunção chegou no hospital com taquicardia. A internação, no entanto, foi feita de forma discreta para não criar alarde e já havia seguranças esperando por ele no local.

À coluna TELENOTÍCIAS, do jornal O DIA, a assessoria da TV Globo disse desconhecer o fato, já que Fábio, por faltar às gravações, deixou a novela Insensato Coração na semana passada. O ator foi afastado da novela "Insensato Coração" da Rede Globo, supostamente por recaída às drogas.

Após pedir para se afastar de seu papel na novela "Insensato Coração", em que interpretaria o vilão Leo, o ator estaria sendo acompanhado pelo médico que acompanha seu tratamento contra dependência química,

Na terça-feira (30), o ator se pronunciou sobre sua saída da trama. De acordo com Fábio, ele está bem e vive um “momento muito especial”. Na nota, o ator afirma torcer pelo sucesso da nova novela da emissora e justifica sua decisão.

"Passei os dois últimos anos cuidando da minha saúde, dia a dia fazendo minhas escolhas e uma delas a de não colocar em risco o êxito do que venho construindo e nem o andamento e a organização da novela e dos meus colegas."

Fontes:

http://diversao.terra.com.br/gente/noticias/0,,OI4824978-EI13419,00-Fabio+Assuncao+retoma+tratamento+contra+dependencia+quimica.html

http://revistaquem.globo.com/Revista/Quem/0,,EMI192206-9531,00.html


10:42

No ano do Centenário

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Depois de findar o ano SEMTERNADA do craque do Curintia, Ronaldo, continua seu trabalho árduo trabalho com a bola...

Esse sabe tudo a respeito de bola!!!


Lucas Mendes em ilustração de  Baptistão."A tubulação entupiu! Há cocô no banheiro, na sala, na varanda. Até no jardim. Chamem o patrão para limpar!"

Esta é a premissa de um dos mais bem sucedidos reality shows dos últimos anos na televisão americana. De origem inglesa, fermentado nos Estados Unidos, Undercover Boss - "Patrão Disfarçado" - há um mês arrebenta os índices de audiência.

O tema não é novo - a história e a literatura estão cheias de versões semelhantes - mas, com tempero sentimental, é irresistível. O presidente de uma grande empresa se disfarça de empregado e passa vários dias com a mão na massa como um recém-contratado. Um fictício treinamento para servir de modelo a futuros contratados justifica a presença das câmeras.

Rick Arquilla, presidente da Roto-Rooter, uma empresa de 75 anos que desentope 90% dos canos da população americana e atua em vários outros países, inclusive no Brasil, foi o personagem do primeiro capítulo.

De blue jeans, colete amarelo brilhante, capacete de operário e óculos de plástico, Rick Arquilla, no vestiário da empresa, se transforma no incompetente aprendiz Hank Damon. Na primeira missão, vai desentupir um banheiro de um casal negro num bairro de classe média baixa.

Segue as instruções do veterano, puxa cabelos e outras sujeiras do cano até chegar numa toalha. O instrutor dele, negro, é homem fino, mas tem problemas de dinheiro desde uma operação do coração que o seguro da empresa não cobriu. Teve de queimar a poupança e tomar dinheiro emprestado para pagar as contas, mas agora está bem de saúde, não se queixa de cansaço e parece feliz no trabalho.

A outra experiência do patrão é como despachante e recebe ordens de uma jovem mãe solteira sobre como atender o telefone, falar com o cliente e enviar o desentupidor.

O patrão dá vexame porque não consegue distinguir cores e não sabe ler o sistema que ele mesmo criou, dividido em amarelo, azul, laranja e verde. Ele fracassa, mas fica impressionado com a dedicação da funcionária que tem um filho autista, ganha mal e não pode pagar pela educação especial do filho.

O terceiro, o quarto e o quinto empregados estariam nas paredes de qualquer empresa como operário padrão. Gostaria que fossem meus amigos ou até parentes.

Roto Rooter desenha e fabrica muitas de suas peças nos Estados Unidos. Se fosse para o México ou para China, faria grande economia, mas o patrão se comove a ponto de chorar com a dedicação dos empregados.

Um outro, depois de limpar cocô o dia inteiro, vai ser técnico de basquete de adolescentes que ele busca e leva para casa para evitar que sejam contaminados pelas drogas e gangues das ruas de Chicago. E há Chris, que, como o pai do patrão, era alcoólatra. Está sóbrio há seis anos, mas o pai de Rick não teve a mesma firmeza e morreu pelo gargalo.

O final provoca nova choradeira quando o patrão convoca os empregados, confessa que é o presidente da empresa e distribui aumentos e benesses. O técnico de basquete ganha um furgão capaz de transportar 15 jogadores. A despachante ganha de presente a educação do filho, o cardíaco recebe da seguradora o dinheiro que gastou e Cris passa a ser o palestrante oficial da empresa para salvar alcoólatras e outros viciados. E, claro, apesar do prejuízo, a empresa patriota vai continuar nos Estados Unidos.

Em tempos normais, já seria uma fórmula campeã. Nesta crise, com milhões de desempregados, mais do que um programa de televisão, o Undercover Boss é uma terapia. Haja lenço. Como é bom trabalhar para uma grande empresa americana com seus patrões sensíveis e solidários!

Não é bem assim, revelam economistas que analisaram os números das empresas entre 1980 a 2005. Quase 100% dos novos empregos - 40 milhões - foram criados por empresas com menos de cinco anos ou com menos de cinco empregados.

General Motors e as grandes corporações, quando não cortam empregos geram pouquíssimos. E 25% das pequenas empresas na área de tecnologia que geraram tantos empregos foram criadas por imigrantes.

O professor e palestrante Fernando Dolabela, um dos maiores gurus brasileiros do empreendedorismo, sai pelo Brasil e pelo mundo pregando "que todos empregados são infelizes, preguiçosos, sem sonhos e que na empresa a única certeza é a demissão", diz ele.

E o patrão Estado, sonho de tantos brasileiros? Se o presidente Lula fosse se disfarçar de empregado, onde iria trabalhar? Ou estaria no Bolsa Família?

Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/04/100408_lucasmendes_tp.shtml

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/04/100408_lucasmendes_tp.shtml


LITTLE ROCK, Arkansas - A mãe de um rapaz de 16 anos acredita que estava apenas sendo responsável quando proibiu o rapaz de acessar o Facebook depois de ler que ele tinha dirigido a 150 km/h numa noite porque estava irritado com uma garota. A resposta do filho? Uma queixa por assédio moral numa corte local.

- Se eu for considerada culpada nesse processo estará aberta a temporada de caça aos pais - disse Denise New, a mãe.

Ela afirma que muitas das mensagens enviadas por seu filho não faziam bem para a imagem do garoto. Então, num dia que ele esqueceu de deslogar a conta, ela publicou seus próprios pensamentos e mudou a senha, para evitar que ele voltasse a escrever. Mas o rapaz afirma que o que ela escreveu não é verdade e que sua reputação está sendo prejudicada.

- As coisas que ele estava escrevendo fariam os olhos de qualquer pai saltarem e seu queixo cair - disse Denise - Ele já havia sido avisado sobre alguns posts.

Lane New, que mora com a avó, registrou uma queixa de assédio que foi aceita pelos promotores no dia 26 de março. Nenhum dos envolvidos revelou quais as mensagens no site o rapaz considerou difamadoras.

- Eu fiz três ou quatro comentários, o resto são conversas entre meu filho, eu e alguns amigos dele.

Na queixa escrita a mão, Lane afirma: "Primeiro Denise hackeou minha conta do Facebook e modificou minha senha. Ela também mudou a senha do meu email, para que eu não pudesse recuperá-la. Ela publicou mensagens que envolvem calúnia e fatos pessoais da minha vida".

Denise confirmou ter modificado as duas senhas para evitar que o filho tivesse acesso ao perfil do Facebook, mas negou ter hackeado a conta.

- Ele deixou a conta logada no meu computador. Não é que eu tenha roubado o seu laptop - argumentou.

Além do dia em que dirigiu em alta velocidade, Denise disse que várias outras mensagens a deixaram preocupada, mas não revelou os temas. Ela afirma que depois do caso abriu sua própria conta da rede social.

O promotor Todd Turner não comentou o caso, argumentando que o rapaz é menor de idade. Denise disse que Lane foi morar com a avó há cerca de cinco anos, depois que ela passou por um divórcio complicado, teve problemas emocionais e não se sentia capaz de dar ao filho a atenção que ele precisava. A audiência do caso será no dia 12 de maio.

Fonte:http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2010/04/08

12:45

NO WORDS!!!

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Essas pérolas valem o click!!!
Caraca...

O link deste texto me foi enviado por um amigo, me tocou tanto, me fez refletir que achei legal passar pra galera do blog. Leiam, deliciem-se e reflitam!!!

Bom dia pra todo mundo do bem!!!


"Uma vez passei dez dias num retiro de meditação vipássana, no interior do Rio de Janeiro, para fazer uma reportagem para ÉPOCA. Havia muitas regras. Uma delas era o silêncio. Por dez dias era proibido falar. Também devíamos evitar olhar para as outras pessoas. O objetivo era silenciar a mente até que não houvesse nenhum ruído também dentro de nós. Foi uma experiência fantástica, que me mudou para sempre. Nunca antes estive tão em mim. E nunca depois voltei a estar.

O silêncio e um progressivo mergulho interno, em vez de me alienar do mundo, me conectaram a ele de um modo até então inédito para mim. Eu sentia cada segundo, por que eles demoravam a passar. Percebia o vento e as nuances das cores do céu e das folhas das árvores em detalhes. Olhava, cheirava, ouvia e tocava o mundo como se tudo fosse novo. Cada centímetro de terra era capaz de me ocupar por minutos. Sem palavras, a realidade me alcançava com mais força. Finalmente eu não apenas compreendia, mas vivia a poesia de Alberto Caeiro: “Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo”.
Antes que alguém tenha ideias, experimentei tudo isso sem nenhuma droga. Nenhuma mesmo. Não podíamos tomar álcool, fumar ou ingerir qualquer medicamento, nem mesmo aspirina. Minha droga era a lucidez. Naqueles dez dias, ouvi com mais clareza a mim mesma. E passei a escutar melhor o mundo em que vivia. Senti que finalmente estava no mundo. Eu era.
No décimo dia, voltamos a falar. O retiro acabaria no dia seguinte e precisávamos nos preparar para retornar a uma realidade cotidiana de ruídos e demandas excessivas. Lembro que eu não queria falar. Fiquei assustada quando todo mundo começou a falar ao mesmo tempo. Percebi que a maioria do que se dizia nunca deveria ter sido dito. Sobrava.
Uma parte eram fofocas que haviam sido guardadas por dias. E que poderiam ter ficado impronunciadas para sempre. Percebi, principalmente, que depois de dez dias de silêncio muitas de nós não queriam ouvir. Só falar. Poucas eram aquelas que realmente desejavam escutar a experiência da outra, a voz da outra. A maioria só queria contar da sua. Não tinham sentido falta de outras vozes, apenas do som da sua. Dez dias de silêncio não tinham sido suficientes para acabar com nossa surdez à voz alheia.
A reportagem foi publicada, com o título de “O inimigo sou eu”. Eu segui, guardando em parte o que aprendi lá. E tenho sentido falta daqueles dez dias de silêncio, agora que aumenta em níveis quase insuportáveis a poluição sonora dentro e fora de mim.
Acho que nunca escutamos tão pouco. E talvez por isso nunca fomos tão solitários. Quando faço palestras sobre reportagem, os estudantes de jornalismo costumam perguntar o que devem fazer para se tornarem bons repórteres. Minha resposta é sempre a mesma: escutem. Acredito que mais importante do que saber perguntar é saber escutar a resposta. Não apenas para ser um bom jornalista, mas para ser uma boa pessoa. Escutar é mais do que ouvir. Como repórter e como gente esforço-me para ser uma boa “escutadeira”.
É a escuta que nos leva ao mundo. E é a escuta que nos leva ao outro. Quando não escutamos, nos tornamos solitários, mesmo que estejamos no meio de uma festa, falando sem parar para um monte de gente. Condenamo-nos não à solidão necessária para elaborar a vida, mas à solidão que massacra, por que não faz conexão com nada. Não escutamos nem somos escutados. Somos planetas fechados em si mesmos. Suspeito que essa é uma época de tantos solitários em grande parte pela dificuldade de escutar.
Basta observar. As pessoas não querem escutar, só querem falar. Depois de muita observação, classifiquei cinco tipos básicos de surdos. Há aqueles que só falam e pronto. Emendam um assunto no outro. Fico prestando atenção para detectar quando respiram e não consigo. Acho que inventaram um jeito de falar sem respirar. E ganhariam mais dinheiro se entrassem em algum concurso de tempo sem oxigênio embaixo d’água. Aí, pelo menos, ficariam quietos por um momento.

Existem aqueles que falam e falam e, de repente, percebem que deveriam perguntar alguma coisa a você, por educação. Perguntam. Mas quando você está abrindo a boca para responder, já enveredaram para mais algum aspecto sobre o único tema fascinante que conhecem: eles mesmos.
Há aqueles que fingem ouvir o que você está dizendo. Você consegue responder. Mas, quando coloca o primeiro ponto final, percebe que não escutaram uma palavra. De imediato, eles retomam do ponto em que haviam parado. E não há nenhuma conexão entre o que você acabou de dizer e o que eles começaram a falar.
Existem aqueles que ouvem o que você diz, mas apenas para mostrar em seguida que já haviam pensado nisso ou que sabem mais do que você, o que é só mais um jeito de não escutar.
Há ainda os que só ouvem o que você está dizendo para rapidamente reagir. Enquanto você fala, eles estão vasculhando o cérebro em busca de argumentos para demolir os seus e vencer a discussão. Gostam de ganhar. Para eles, qualquer conversa é um jogo em que devem sempre sair vitoriosos. E o outro, de preferência, massacrado. Só conhecem uma verdade, a sua. E não aprendem nada, por acreditarem que ninguém está à altura de lhes ensinar algo.
É claro que há um mix das várias espécies de surdos. E devem existir outras modalidades que você deve ter detectado, e eu não. O fato é que vivemos num mundo de surdos sem deficiência auditiva. E uma boa parte deles se queixa de solidão.
É um mundo de faladores compulsivos o nosso. Compulsivos e auto-referentes. Não conheço estatísticas sobre isso, mas eu chutaria, por baixo, que mais da metade das pessoas só falam sobre si mesmas. Seu mundo torna-se, portanto, muito restrito. E muito chato. Por mais fascinantes que possamos ser, não é o suficiente para preencher o assunto de uma vida inteira.
Num ótimo artigo, intitulado Escutatória, o escritor Rubem Alves diz: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular”.
Quando não escutamos o mundo do outro, não aprendemos nada. Acontece com o chefe que não consegue escutar de verdade o que seu subordinado tem a dizer. A priori ele já sabe – e já sabe mais. Assim como acontece com a mulher que não consegue escutar o companheiro. Ou o amigo que não é capaz de escutar você. E vice-versa.
Tornamo-nos muito sozinhos no gesto de não escutar. Em Revolutionary Road (Sam Mendes, 2008), traduzido para as telas de cinema do Brasil como “Foi apenas um sonho”, a cena final é a síntese dessa relação simbiótica entre surdez e solidão. Não a surdez causada pela deficiência auditiva, mas essa outra de que falamos, esta que é mais triste por ser escolha. Quem viu, não esqueceu. Quem não viu, pode pegar o dvd em qualquer locadora. Essa cena final vale por alguns milhares de palavras.
Sempre pensei muito sobre por que as pessoas falam tanto – e por que têm tanta dificuldade de escutar. Qual é a ameaça contida no silêncio? O que temem tanto ouvir se calarem a sua voz por um momento? Por que precisamos preencher nosso mundo – inclusive o interior – com tantos ruídos?
Acho que cada um de nós poderia parar alguns minutos e fazer a si mesmo estas perguntas.
Percebo também que há uma pressão para que nos tornemos falantes. Ser falante supostamente seria uma vantagem no mundo, especialmente no mundo do trabalho. Mesmo que você não diga nada de novo, mesmo que você repita o que o chefe disse com outras palavras. Mas falar, qualquer coisa, é marcar presença, é uma tentativa de garantir-se necessário. E ser quieto, calado, é visto como um tipo invisível de deficiência. Como se lhe faltasse algo, palavras. Mas será que as palavras estão ali, nessa falação desenfreada? Ou melhor, será que quem fala está realmente naquele discurso? Tenho dúvidas.
Por qualquer caminho que se possa pensar, me parece que o silêncio soa ameaçador. Em parte, pelo que ele pode dizer sobre nós. Enchemos nossa vida de barulho, da mesma forma que atulhamos nossos dias de tarefas, com medo do vazio. Tarefas em uma agenda cheia constituem outro tipo de ruído. E o vazio também é uma forma de silêncio.
Em rasgos de intolerância, achava que os falantes compulsivos eram apenas muito chatos e muito egocêntricos. Que as pessoas não escutavam – o silêncio e o outro – por prepotência. Mas acredito que é bem mais complicado que isso.
Há dois livros muito interessantes que pensam sobre a escuta. A Hermenêutica do Sujeito, de Michel Foucault (Martins Fontes), e Como Ouvir (Martins Fontes), um livrinho pequeno e precioso de Plutarco. Eles mostram que escutar é se arriscar ao novo, ao desconhecido. Na audição, mais do que em qualquer outro sentido, a alma encontra-se passiva em relação ao mundo exterior e exposta a todos os acontecimentos que dele lhe advêm e que podem surpreendê-la. Ao ouvir, nos arriscamos a sermos surpreendidos e abalados pelo que ouvimos, muito mais do que por qualquer objeto que possa nos ser apresentado pela visão e pelo tato.
Faz muito sentido. As pessoas não escutam porque escutar é se arriscar. É se abrir para a possibilidade do espanto. Escancarar-se para o mundo do outro – e também para o outro de si mesmo.
Escutar é talvez a capacidade mais fascinante do humano, por que nos dá a possibilidade de conexão. Não há conhecimento nem aprendizado sem escuta real. Fechar-se à escuta é condenar-se à solidão, é bater a porta ao novo, ao inesperado.
Escutar é também um profundo ato de amor. Em todas as suas encarnações. Amor de amigos, de pais e de filhos, de amantes. Nesse mundo em que o sexo está tão banalizado, como me disse um amigo, escutar o homem ou mulher que se ama pode ser um ato muito erótico. Quem sabe a gente não experimenta?
Escutar de verdade implica despir-se de todos os seus preconceitos, de suas verdades de pedra, de suas tantas certezas, para se colocar no lugar do outro. Seja o filho, o pai, o amigo, o amante. E até o chefe ou o subordinado. O que ele realmente está me dizendo?
Observe algumas conversas entre casais, famílias. Cada um está paralisado em suas certezas, convicto de sua visão de mundo. Não entendo por que se espantam que ao final não exista encontro, só mais desencontro. Quem só tem certezas não dialoga. Não precisa. Conversas são para quem duvida de suas certezas, para quem realmente está aberto para ouvir – e não para fingir que ouve. Diálogos honestos têm mais pontos de interrogação que pontos finais. E “não sei” é sempre uma boa resposta.
Escutar de verdade é se entregar. É esvaziar-se para se deixar preencher pelo mundo do outro. E vice-versa. Nesta troca, aprendemos, nos transformamos, exercemos esse ato purificador da reinvenção constante. E, o melhor de tudo, alcançamos o outro. Acredite: não há nada mais extraordinário do que alcançar um outro ser humano. Se conseguirmos essa proeza em uma vida, já terá valido a pena.
Escutar é fazer a intersecção dos mundos. Conectar-se ao mundo do outro com toda a generosidade do mundo que é você. Algo que mesmo deficientes auditivos são capazes de fazer."

[Eliane Brum]

Repórter especial de ÉPOCA, integra a equipe da revista desde 2000. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de Jornalismo. É autora de A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).

12:56

Uma piadinha... Pra rir!!!

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Riqueza semântica

Um político que estava em plena campanha chegou a uma cidadezinha, subiu em um caixote e começou seu discurso:

- Compatriotas, companheiros, amigos! Nos encontramos aqui convocados, reunidos ou ajuntados para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual é transcendente, importante ou devida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou ajunta, é minha postulação, aspiração ou candidatura à Prefeitura deste Município.

De repente, uma pessoa do público pergunta:

- Escute aqui, por que o senhor utiliza sempre três palavras para dizer a mesma coisa?

O candidato responde

- Pois veja, meu senhor: A primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como poetas, escritores, filósofos etc. A segunda é para pessoas com um nível cultural médio como o senhor e a maioria dos que estão aqui. E a terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele bêbado ali jogado na esquina.

De imediato, o bêbado se levanta cambaleando e responde:

- Senhor postulante, aspirante ou candidato! (hic) O fato, circunstância ou razão de que me encontre (hic) em um estado etílico, bêbado ou mamado (hic) não implica, significa, ou quer dizer que meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou ralé mesmo (hic). E com todo o respeito, estima ou carinho que o Sr. merece (hic) pode ir agrupando, reunindo ou ajuntando (hic), seus pertences, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir diretinho (hic) à leviana da sua genitora, à mundana de sua mãe biológica ou à puta que o pariu!



Yoomp

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