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"Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo... Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar."

"Sarah Westphal"


 



O cartunista Glauco Villas Boas, conhecido como Glauco, 52 anos, e seu filho Raoni Villas Boas, 25 anos, foram mortos na madrugada desta sexta-feira (12) durante uma tentativa de assalto na residência da família em Osasco, na Grande São Paulo.
Os dois foram socorridos e levados para o Hospital Albert Sabin, na Lapa, Zona Oeste de São Paulo, mas chegaram mortos ao local. O hospital confirmou a entrada dos corpos de pai e filho à 0h45. Os corpos chegaram ao Instituto Médico Legal de Osasco às 6h50 desta sexta-feira. Ninguém foi preso, segundo a Polícia Militar. O acusado pelo crime é o estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, de 24 anos, que seria um ex-adepto. O rapaz, que já tem passagem por porte de drogas, foi reconhecido por pelo menos quatro testemunhas. A polícia desmentiu a versão apresentada pelo advogado da família, ricardo hambro, de que pai e filho tinham sido vítimas de latrocínio - roubo seguido de morte. Segundo o delegado Seccional de Osasco, Arquimedes Cassão, o pai do estudante também responde por tráfico de drogas.

Glauco e a família moravam na comunidade. O estudante chegou ao local na madrugada desta sexta-feira, por volta de 0h30m, ao fim de uma cerimônia de Santo Daime, em um Gol cinza. Há duas versões para a discussão que culminou com a morte de pai e filho.

Numa delas, o rapaz teria iniciado uma discussão com Raoni. Glauco teria se aproximado e o estudante atirou nos dois. A outra é que o desentendimento começou com Glauco, num terreno ao lado da residência da família, e que Raoni, que acabava de chegar da faculdade, viu o pai ser ameaçado e interveio. Pouco antes, o próprio estudante teria ameaçado se matar e teria sido impedido pelo cartunista.

Pai e filho foram mortos com quatro tiros cada um, disparados por uma pistola 765. Dez tiros foram disparados - dois foram balas perdidas.

Glauco era adepto de santo daime, fundador da comunidade e coordenador do grupo céu de maria . O conjunto de aproximadamente 10 casas fica numa área de mata na Estrada Alpina, perto do Pico do Jaraguá, na Zona Oeste da capital paulista. Para chegar até o local, é preciso percorrer cerca de 1 km de estrada de terra, em desnível.

Boletim de ocorrência registrou homicídio

A versão do advogado da família não chegou sequer a ser mencionada no boletim de ocorrência, registrado no 1º Distrito Policial de Osasco. O caso foi registrado como homicídio e não como latrocínio - roubo seguido de morte.

O boletim de ocorrência informa que Glauco e Raoni foram mortos por volta de 0h30m. Quando viaturas da Polícia Militar chegaram ao local do crime, pai e filho já tinham sido encaminhados ao hospital Albert Sabin, onde morreram. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, os criminosos eram três e ocupavam um Gol cinza.

É fácil entrar na comunidade. Não há guaritas ou serviço de segurança, apenas um portão de madeira e um muro de cerca de 1,20 metro de altura. Nesta sexta, depois do crime, a PM mantém uma viatura no local, impedindo a entrada da imprensa e de curiosos. O crime chocou os vizinhos.

-Ele era um vizinho muito tranquilo e querido. Trabalhava em casa e saía pouco - diz o eletricista Luiz Antonio Alves, que mora a 300 metros da comunidade, instalada no fim da Estrada da Alpina, no bairro Santa Fé, em Osasco.

A comunidade Céu de Maria, cujo nome é Centro Eclético da Fluente Luz Universal, teria sido formada pelo próprio cartunista.

Os moradores da comunidade não quiseram se pronunciar. Um homem que se identificou apenas como Jessie - não quis dar o sobrenome - entrou na Céu de Maria na manhã desta sexta. Disse que todos estão muito abalados e que o crime é uma tragédia, mas não quis fazer outros comentários sobre o assassinato.

A trajetória de Glauco

No começo dos anos 70, o paranaense Glauco foi trabalhar no "Diário da Manhã", em Ribeirão Preto, onde fazia a tira "Rei Magro e Dragolino". Pouco tempo depois, em 1976, o jovem cartunista foi premiado no Salão de Humor de Piracicaba. Com o destaque do prêmio, no ano seguinte ele começou a publicar esporadicamente suas tiras na Folha de S. Paulo.

Mas, foi a partir de 1984 que ele passou a desenvolver tiras diárias para competir com as americanas. Foi na Folha, que começou a parceria com Angeli e Laerte. Os três alcançariam sucesso nas bancas em revistas como a "Chiclete com Banana", com tiragens de até 150 mil exemplares e com a tira "Los 3 amigos".

Autor de tipos como "Dona Marta", "Zé do Apocalipse", "Doy Jorge" e "Geraldinho", Glauco manteve-se fiel ao seu traço único, com nanquim no papel. Ele também fez parte da equipe de redatores do programa "TV Pirata", da TV Globo. Glauco também era músico e tocava guitarra em bandas de rock.

Atualmente, ele publicava diariamente seus trabalhos, entre tirinhas e charges, no jornal Folha de S.Paulo.

O cartunista era frequentador do Santo Daime, uma manifestação religiosa surgida na região amazônica, sendo padrinho fundador da igreja Céu de Maria, que ficava em sua casa, onde deve ser velado.


Fonte: Globo online

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